Hospital João XXIII Sediou o 2º Workshop sobre Gerenciamento de Sangue: Uma Iniciativa que Transforma a Saúde
Cultura de Segurança e Inovação no Atendimento ao Paciente
Na última quinta-feira, 14 de agosto, o auditório do Hospital João XXIII foi palco do “2º Workshop Patient Blood Management (PBM) da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig)”. Dedicado ao tema “Tendências e transformações do gerenciamento de sangue”, o evento reuniu profissionais da saúde em torno de um objetivo comum: compartilhar conhecimentos e práticas que visam otimizar o uso do sangue, reduzindo a necessidade de transfusões e, consequentemente, os riscos associados a elas.
A importância desse workshop vai além do aprendizado técnico; é uma verdadeira revolução no cuidado com o paciente. Com a realização desse tipo de evento, a Fhemig se posiciona como um catalisador das melhores práticas em saúde pública, promovendo um debate fundamental sobre o gerenciamento do sangue e seu uso racional nos hospitais da região.
Fhemig e Hemominas: Parceria para a Saúde
A iniciativa, que já está em sua segunda edição, foi idealizada pela Diretoria Assistencial da Fhemig (Dirass). A diretora assistencial, Lucineia Carvalhais, destacou os compromissos da instituição: “Nosso papel é fomentar boas práticas, inovação, segurança do paciente, utilização de recursos e a capacitação de pessoas. Desejamos desenvolver projetos que possam ser replicados em outras unidades de saúde no estado”, afirmou.
A parceria com a Fundação Hemominas trouxe um reforço significativo ao evento. Fabiana Piassi, diretora técnica da Hemominas, ressaltou a importância desse encontro: “A Fhemig está de parabéns por essa iniciativa. A colaboração entre as instituições é fundamental para fortalecer a utilização racional do sangue em todo o estado. Precisamos fazer isso funcionar em todas as unidades de saúde.”
Uma Jornada de Aprendizado e Compartilhamento
O workshop não apenas promoveu palestras, mas também atuou como um espaço de troca de experiências entre especialistas da área. Entre os palestrantes, Maria José de Oliveira, coordenadora do Centro de Apoio e Diagnóstico Terapêutico do Hospital Regional João Penido em Juiz de Fora, trouxe uma visão crítica sobre a situação atual do processo hemoterápico em sua unidade. “Estamos consolidando um comitê transfusional e, com isso, nossa assistência hemoterápica está focada nas necessidades individuais dos pacientes. Queremos uma análise mais aprofundada para evitar intervenções desnecessárias,” comentou.
A diversidade de vozes e experiências nas discussões trouxe uma riqueza singular ao evento. Representantes dos Hospitais João XXIII, Júlia Kubitschek e da Maternidade Odete Valadares compartilharam relatos sobre suas práticas em cirurgias de urgência e eletivas, fortalecendo a troca de informações entre as unidades.
Desafios e Inovações no Gerenciamento de Sangue
Entre os outros participantes de destaque, a médica assistente da agência transfusional do Hospital das Clínicas da UFMG, Karen de Lima Prata, apresentou a experiência da implantação do PBM na instituição. Já a hematologista Márcia Kanadani Campos falou sobre os obstáculos e os aprendizados enfrentados durante a implementação do PBM, reforçando a ideia de que desafios podem ser transformados em soluções criativas.
Marcelo Fróes, hematologista do Hemominas, contribuiu para o debate ao discutir os indicadores de monitoramento do PBM. Sua apresentação destacou a importância de dados precisos para avaliar a eficácia das práticas adotadas, um ponto essencial para qualquer gestor de saúde que deseja melhorar os protocolos de atendimento.
O Impacto nas Comunidades e no Sistema de Saúde
O impacto de iniciativas como o workshop vai além das paredes dos hospitais. Com a disseminação de práticas de gerenciamento eficiente do sangue, espera-se não apenas reduzir a incidência de transfusões desnecessárias, mas também aprimorar significativamente a segurança e o bem-estar dos pacientes. Isso se reflete em menores taxas de complicações, um objetivo que deve ser prioridade nas agendas de saúde pública em Minas Gerais.
A capacitação dos profissionais envolvidos é fundamental nesse processo. Com o aprimoramento dos conhecimentos, torna-se possível desenvolver soluções adaptadas às necessidades locais, tornando o atendimento mais humano e efetivo.
Conclusão: Uma Nova Era no Gerenciamento de Sangue
O 2º Workshop sobre Patient Blood Management foi mais do que um evento acadêmico; foi um marco na evolução das práticas de saúde em Minas Gerais. A busca pela inovação e pela segurança do paciente, promovida por instituições como a Fhemig e a Hemominas, revelam um compromisso com a melhoria constante e a qualidade do atendimento.
À medida que esses conhecimentos se espalham e novas estratégias são adotadas, o esperançoso futuro para a gestão do sangue nos hospitais regionais não é apenas viável, mas essencial. Iniciativas como essa permitem que o sistema de saúde local se fortaleça, sempre em defesa do bem-estar da comunidade.