Polícia Civil Apreende Veículo de Luxo em Operação Contra Fraudes no Norte de Minas Gerais
Ação investiga esquema que deixou produtores rurais no prejuízo de mais de R$ 3 milhões
Na tarde desta última terça-feira (29), a Polícia Civil de Minas Gerais deu um passo importante em uma operação que investiga um esquema de fraudes contra produtores rurais do Norte do estado. A ação resultou na apreensão de uma caminhonete de luxo em Montes Claros, como parte de um esforço para desmantelar um grupo acusado de causar prejuízos que já ultrapassam R$ 3 milhões.
Nova Fase da Operação: Impacto nas Vítimas
Investigação já identificou 15 vítimas e continua a se expandir
A operação teve início em julho de 2025 e já na primeira fase, 15 vítimas foram identificadas, gerando um prejuízo significativo de quase R$ 1 milhão. O delegado responsável pelo caso, Thelles Burtorff, revelou que o grupo operava principalmente em municípios como Bocaiúva, Buritizeiro e Diamantina, utilizando táticas ousadas para ganhar a confiança de produtores.
“Essa operação representa um esforço concentrado da polícia para desarticular bens adquiridos por meios ilícitos”, afirmou Burtorff. Durante as ações anteriores, já haviam sido confiscados 57 cabeças de gado, documentação contábil e outros dois veículos de alto valor.
A caminhonete apreendida pertence a um dos investigados e, segundo a polícia, sua retenção é uma tentativa de desmantelar a estrutura patrimonial do esquema.
O Modo Operante do Esquema Fraudulento
Como o grupo enganava os produtores rurais
Conforme as investigações, os golpistas, um pai e um filho acompanhados de um amigo, iniciaram sua ação criminosa em meados de 2023. O plano deles começou de forma aparentemente legítima: adquiriu uma fazenda em Bocaiúva e começou a realizar transações comerciais lícitas com gado, estabelecendo uma boa reputação com produtores respeitados na região.
Com a confiança já conquistada, começaram a aplicar os golpes. Utilizando cheques sem fundo, o trio captou valores que somaram quase R$ 1 milhão. “Os cheques variavam de R$ 5 mil a R$ 154 mil, somando um total de R$ 953 mil. Após a compra do gado, eles enviavam os animais para outros locais, lavando o dinheiro com a ajuda do amigo deles”, contou o delegado.
O esquema desmoronou quando as vítimas começaram a perceber que os cheques não tinham cobertura. O produtor que serviu como fiador, considerado uma vítima formal, sofreu grandes prejuízos e, para preservar sua reputação, chegou a cobrir parte das perdas das demais vítimas.
A Continuidade das Investigações
A polícia acredita que mais pessoas possam ter sido afetadas pelo esquema
A Polícia Civil não descarta a possibilidade de que outros produtores tenham caído nas garras do grupo, que se mostrou implacável. “Pedimos que aqueles que se sentirem lesados pela atuação desse grupo procurem a delegacia para registrar suas queixas", alertou o delegado.
A operação atual conta com o apoio da Delegacia de Investigações Especiais de Montes Claros, coordenada pelo delegado Cezar Salgueiro. As ações envolvem a execução de três mandados de busca e apreensão, com foco na coleta de evidências que possam fortalecer o caso e contribuir para a responsabilização dos envolvidos.
Na fazenda onde o esquema operava, foram apreendidas não apenas as cabeças de gado, mas também documentos contábeis que revelam a movimentação financeira ligada à venda de animais. A equipe da polícia, durante as investigações, também se deparou com munições na casa de um dos suspeitos de 81 anos, o que levou a sua condução à delegacia.
Medidas Cautelares e Próximos Passos
Polícia Civil opta por medidas que vão além da prisão dos suspeitos
Quando questionado sobre a ausência de mandados de prisão para os golpistas nesta fase da operação, o delegado Cezar Salgueiro explicou que a polícia optou por outras medidas cautelares. “Em casos onde há crime organizado relacionado a golpes e lavagem de dinheiro, a apreensão de bens muitas vezes é mais eficaz do que a prisão imediata”, pontuou.
A operação continua em andamento, e as autoridades estão comprometidas em desmantelar a associação criminosa. As investigações em curso buscam conectar os pontos e responsabilidades dentro desse esquema complexo para que os culpados sejam levados à justiça.
Conclusão
Ronda uma atmosfera de apreensão e alívio entre os produtores rurais do Norte de Minas, enquanto a Polícia Civil luta para desmantelar fraudes que devastaram a economia local. Esta série de investigações reafirma o compromisso das autoridades em proteger os trabalhadores do campo e restaurar a confiança nas relações comerciais da região. A apreensão do veículo de luxo representa mais um passo na luta contra a criminalidade que aflige a comunidade local. Para os que se sentem ameaçados por ações semelhantes, é fundamental buscar apoio nas instâncias legais, garantindo que sua voz seja ouvida e seus direitos respeitados.
