Agronegócio Mineiro Crescem 17%: Minas Gerais se consolida como terceiro maior exportador do país
As cifras que brotam do agronegócio em Minas Gerais são impressionantes. Entre janeiro e julho de 2023, o estado alcançou exportações de US$ 11,4 bilhões, um crescimento notável de 17% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando a receita foi de US$ 9,8 bilhões. Esse desempenho coloca Minas na terceira posição entre os maiores exportadores do Brasil, respondendo por 12% do total das receitas do setor agropecuário nacional. Apesar do aumento nos lucros, o volume total de produtos exportados caiu 8,4% em relação ao ano anterior, somando 10,2 milhões de toneladas.
Diversidade nos produtos e mercados
Durante esse período, mais de 580 produtos agropecuários originários de Minas foram enviados para 171 países. Os principais destinos incluem a China, que respondeu por 25,5% das exportações, seguida pelos Estados Unidos (11,6%), Alemanha (8%), Itália (5,2%) e Japão (4,7%). Esse cenário evidencia a diversidade dos produtos mineiros e sua relevância no mercado global.
Manoela Teixeira, assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), afirma que o crescimento da receita é impulsionado pela valorização do preço médio dos produtos. “Esse desempenho é especialmente significativo em um cenário internacional desafiador, repleto de novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e uma volatilidade cambial que exige uma resiliência constante dos exportadores”, destaca.
Impactos das tarifas comerciais
No que diz respeito ao mercado norte-americano, as novas tarifas aplicadas ainda não demonstraram impactos significativos, em parte devido à fase inicial de implementação. Minas continua a ser o segundo maior estado exportador de produtos agropecuários para os Estados Unidos, acumulando um valor recorde de US$ 1,3 bilhão. Os principais produtos incluídos nas exportações para este mercado são café, carne bovina, derivados animais, álcool, celulose e uma variedade de produtos alimentícios. A expectativa é que os efeitos das tarifas variem conforme o produto e que a diversificação das exportações ajude a mitigar potenciais quedas.
Café: O carro-chefe das exportações
O café, como sempre, se destaca no agronegócio mineiro. Até julho de 2023, o segmento alcançou a impressionante cifra de US$ 6,2 bilhões, representando 54% da receita total do setor agro. Embora o volume exportado tenha diminuído, a receita saltou 56,4% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é atribuído a uma escassez global e à firme demanda por partes de parceiros tradicionais, o que resultou em preços médios recordes.
Crescimento no setor de carnes
Outros setores também apresentaram números otimistas. O mercado de carnes, que inclui bovina, suína e de frango, teve um desempenho destacado. A receita totalizou US$ 1 bilhão, um crescimento de 16,8%, acompanhada por um aumento de 3% no volume, que chegou a 284 mil toneladas. Esse desempenho é, em grande parte, impulsionado pela forte demanda da carne bovina, que se mantém como um dos produtos mais procurados.
Desempenho da soja e suco de cana
No setor da soja, os números não foram tão otimistas, com um total de US$ 2,2 bilhões, mas uma queda de 16,5% no volume embarcado, que atingiu 5,5 milhões de toneladas. O complexo sucroalcooleiro também sentiu o impacto, atingindo 2,1 milhões de toneladas e gerando US$ 970 milhões, uma queda de 22% na receita.
O segmento de produtos florestais registrou vendas de US$ 586 milhões, com uma redução de 17%, enquanto o volume exportado ficou em 972 milhões de toneladas. Por outro lado, produtos apícolas se destacaram com um crescimento de 60%, atingindo US$ 17 milhões e consolidando Minas Gerais como líder nacional no setor. Além disso, as frutas apresentaram um desempenho excepcional, alcançando US$ 11 milhões e 7 mil toneladas, com um crescimento de 48,4% em valor e 38,2% em volume.
Conclusão: Um futuro promissor para o agronegócio mineiro
O agronegócio de Minas Gerais continua a mostrar sua força e resiliência, mesmo em um cenário global desafiador. Com um crescimento robusto nas receitas e uma diversificação que contempla diversos produtos e mercados, o estado se posiciona cada vez mais como um verdadeiro powerhouse do setor. A capacidade de adaptação e a busca por novos mercados sugerem que o futuro é promissor para os produtores mineiros, que continuam a fazer do campo um motor de desenvolvimento econômico regional e nacional. A combinação entre tradição e inovação promete manter Minas Gerais no topo da lista dos exportadores globais de agropecuária.
Imagem: Diego Vargas / Seapa
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