Campanha "A Violência que os Olhos Não Vêm" Destaca Violências Ocultas Contra a Mulher em Minas Gerais
Iniciativa busca conscientizar e dar voz às vítimas em agosto, mês dedicado ao combate da violência de gênero
Na última segunda-feira (4), o governo de Minas Gerais, em colaboração com o Ministério Público do Estado, lançou a significativa campanha “A violência que os olhos não veem”, durante um evento no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. A ação é parte do esforço contínuo para combater a violência contra a mulher, em especial no mês de Agosto Lilás, que busca trazer à tona discussões sobre esse grave problema social.
A mensagem central da campanha é impactante: “nem toda violência deixa marcas visíveis, mas toda violência machuca”. Com esse lema, o governo mineiro reforça seu compromisso em proteger as vítimas, levando em consideração as diversas formas de violência, incluindo aquelas que não são facilmente percebidas, como a violência psicológica, moral, patrimonial e sexual.
Política Pública Integrada para Enfrentamento da Violência
Nos últimos anos, o Governo de Minas tem implementado uma série de políticas públicas voltadas para a proteção e apoio às mulheres. Essas ações são planejadas de maneira integrada entre diferentes órgãos e instituições, buscando garantir que as vítimas recebam a assistência necessária e se sintam encorajadas a denunciar os abusos.
Os números recentes apontam para um impacto positivo das iniciativas: houve uma redução de 13,2% em feminicídios consumados no estado, comparando os primeiros semestres de 2023 e 2022, com 72 vítimas este ano, em oposição a 83 no ano passado. Em uma análise mais ampla, os dados mostram que em 2023 foram 186 vítimas, enquanto em 2024 a cifra caiu para 167, o que representa uma diminuição de 10,2%.
A campanha irá além de números, com foco em encorajar as mulheres a buscarem apoio e a ampliarem seu conhecimento sobre os canais de atendimento disponíveis, como o Disque 181 e o Disque 127. Esses serviços são fundamentais e devem ser disseminados em várias plataformas para alcançar o maior número de pessoas.
Ferramentas de Conscientização e Apoio
Por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e da Subsecretaria de Políticas para Mulheres (Subpdm), a campanha busca disseminar informações sobre os serviços de acolhimento, como os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CREAM), os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência de Atendimento Especializado (CREAS).
Com uma comunicação inclusiva e acessível, a campanha utilizará cartazes, folders, vídeos e publicações digitais, criando uma verdadeira rede de apoio. Usando metáforas visuais, como o iceberg que representa as camadas mais profundas da violência de gênero, a ação busca ilustrar o que muitas mulheres vivenciam no dia a dia.
Os materiais de comunicação serão distribuídos ao longo do segundo semestre em municípios e promotorias, visando alcançar o público que utiliza os serviços dos Sistemas Únicos de Assistência Social (SUAS) e de Saúde (SUS), além de profissionais e da sociedade em geral.
O Papel da Comunidade no Combate à Violência
A violência contra a mulher é um fenômeno complexo que toca todos os aspectos da sociedade. É fundamental que a comunidade, como um todo, se envolva na luta contra esse tipo de agressão. O papel da família, amigos e até mesmo da mídia é crucial para oferecer apoio e acolhimento às vítimas, bem como para desmistificar as ideias que cercam a violência de gênero.
Além disso, a sensibilização é uma ferramenta poderosa e deve ser contínua. Campanhas como essa têm o potencial de mudar a forma como a sociedade percebe e reage a diferentes formas de violência. A educação e a informação são aliados indispensáveis nesse processo.
Conclusão: Um Chamado à Ação
A campanha “A violência que os olhos não veem” em Minas Gerais é um marco importante na batalha contra a violência de gênero. Com a mensagem de que nem toda dor é visível, o governo e suas parcerias colocam em pauta uma realidade que afeta muitas mulheres em silêncio. Este é o momento certo para que todos nós – cidadãos, instituições e autoridades – nos unamos em prol da transformação social e na construção de um futuro mais justo. Com consciência, apoio e ação coletiva, é possível trabalhar para que as violências ocultas sejam finalmente reconhecidas e eliminadas.