Minas Gerais, Montes Claros MG

Colisão frontal na MG-308 deixa um morto e quatro feridos perto de Novo Cruzeiro

Colisão frontal na MG-308: Foi logo cedo, ainda com o dia engatinhando, que a tranquilidade da MG-308 se quebrou. Uma batida de frente entre dois carros, bem próximo ao trevo¹ que dá acesso a Novo Cruzeiro, resultou em cinco vítimas — e, infelizmente, uma delas não resistiu. O trecho, que muitos motoristas usam para desviar do movimento mais pesado da BR-116, voltou a mostrar como alguns minutos de descuido podem mudar vidas.

¹ “Trevo” é aquela rotatória simples onde a rodovia se encontra com outra via menor.

Colisão frontal na MG-308: Como tudo aconteceu

Testemunhas contaram aos bombeiros que um dos veículos perdeu o controle numa leve curva e invadiu a contramão. Quem dirige por ali sabe: a pista é estreita, sem acostamento generoso, e qualquer erro vira risco de colisão. O impacto foi forte o bastante para amassar a frente dos dois automóveis e arremessar peças a vários metros de distância.

Dentro de cada carro havia passageiros de perfis diferentes — de trabalhador a dona de casa. Todos estavam indo tocar a vida comum de quarta-feira quando o acidente travou tudo de repente.

O resgate em tempo recorde

Assim que o 193 começou a tocar, viaturas do Corpo de Bombeiros de Capelinha e ambulâncias do Samu — sigla do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência — dispararam para o quilômetro do acidente. Eles chegaram em menos de 15 minutos, o que fez toda a diferença para quem estava ferido.

Dois ocupantes presos às ferragens precisaram daquele equipamento que corta metal, o famoso “desencarcerador”. Enquanto isso, socorristas avaliavam sinais vitais, colocavam colares cervicais e já iam tranquilizando as vítimas, explicando cada passo do atendimento. Você já reparou como ouvir “vai dar tudo certo” de alguém treinado acalma na hora?

Perigo extra: fogo e óleo na pista

Quem já viu carro fumegando depois de batida sabe o medo que dá. Em um dos automóveis, a bateria ficou solta e começou a soltar faísca, levantando uma fumacinha nada amigável. Os bombeiros, experientes, desligaram a elétrica e montaram rapidamente um “linha de mangueira” para evitar incêndio.

Na pista, óleo e combustível escorriam. Serragem foi jogada para absorver o líquido e aumentar a aderência do asfalto. Afinal, rodovia molhada de óleo vira sabão — e bastava um motorista distraído para causar outro desastre.

Vítimas encaminhadas ao Hospital de Capelinha

Depois de estabilizar todo mundo, duas pessoas em estado moderado foram levadas ao Hospital de Capelinha, referência regional. Outras duas, com ferimentos leves, ficaram sob observação no pronto-atendimento mais próximo. A quinta vítima, infelizmente, não resistiu aos traumas e faleceu ainda no local, antes mesmo da chegada do Samu.

A Polícia Civil foi chamada para perícia e, além de identificar oficialmente a pessoa que perdeu a vida, vai investigar o que levou à colisão — velocidade acima do permitido? Falha mecânica? Sonolência? Tudo entra na conta.

Por que a MG-308 é tão crítica?

Motoristas que rodam nesse pedaço do Vale do Jequitinhonha reclamam do asfalto remendado, da sinalização apagada e da falta de acostamento em vários quilômetros. E a verdade é que a MG-308 carrega desafios extras:

Curvas fechadas em trechos de serra que parecem inofensivas, mas surpreendem.
Falta de iluminação em boa parte do trajeto, o que à noite vira teste de nervos.
Movimento misto de carros pequenos, caminhonetes agrícolas e caminhões ligeirinhos.

Algumas promessas de recapeamento já foram feitas pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG), mas, pelo visto, ainda falta chão (sem trocadilho) para sair do papel.

Dicas rápidas para quem precisa pegar a estrada

Mantenha distância: dois segundos atrás do veículo da frente dão tempo de reação.
Farol aceso de dia: além de obrigatório, aumenta sua visibilidade em pistas estreitas.
Evite ultrapassagem na dúvida: se não enxerga bem lá na frente, segura a ansiedade.
Revisão em dia: freios, suspensão e pneus calibrados reduzem o risco de perder o controle.

Pode parecer conselho de mãe, mas mãe raramente erra nesses assuntos, né?

Voz de quem vive na região

Seu Antônio, produtor de leite que passa ali quase todo dia pra entregar na cooperativa, soltou um desabafo: “A gente sai cedo, ainda escuro, e fica rezando pra chegar inteiro. Já perdi amigo nessas curvas”. Ele conta que, quando escuta sirene de ambulância, logo liga o rádio pra saber se foi na MG-308.

Dona Celina, moradora de Novo Cruzeiro, lembra de outro ponto: “Não adianta só arrumar o asfalto. Falta consciência do povo. Tem gente que acha que pode voar nessas estradinhas. Aí não tem santo que dê jeito”.

Hora de repensar a segurança viária

Os números do Observatório Nacional de Segurança Viária mostram que colisões frontais estão entre as que mais matam em rodovias estaduais. Quase sempre a causa está ligada a excesso de velocidade ou ultrapassagem indevida. Investir em sinalização, faixas refletivas e fiscalização eletrônica ajuda, mas só resolve de verdade quando motoristas entram no jogo.

Uma vida perdida, muitas lições

É triste pensar que, em pleno 2025, ainda perdemos gente em condições evitáveis. Cada vez que algo assim acontece, fica a sensação de déjà vu: manchetes parecidas, fotos parecidas, famílias chorando do mesmo jeito. E a pergunta insistente: o que podemos fazer diferente?

Talvez comece com pequenas atitudes: revisar o carro antes de viajar, reduzir 10 km/h onde todos correm, respeitar a linha contínua. São detalhes que, somados, salvam vidas.

Conclusão

O acidente na MG-308 desta quarta-feira serve de alerta não só para quem dirige por lá, mas para todo motorista brasileiro. Estrada não perdoa erro e, numa fração de segundo, um trajeto corriqueiro vira manchete. Que a dor de hoje se transforme em consciência coletiva amanhã. Afinal, cada freada preventiva pode ser a diferença entre chegar em casa a tempo do café ou virar estatística.

Fonte: G1 Grande Minas