Golpe milionário no INSS: PF desmantela quadrilha que criou 40 pessoas fictícias para fraudar benefícios

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PF desmantela quadrilha que criou 40 identidades falsas para fraudar benefícios do INSS por quase 20 anos

A Polícia Federal, em ação conjunta com a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social, desarticulou uma das mais ousadas fraudes já registradas contra o sistema previdenciário brasileiro. Batizada de Operação Egrégora, a ação teve como alvo uma associação criminosa que criou identidades falsas para receber benefícios assistenciais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), direcionados a idosos em situação de vulnerabilidade social.

Com prejuízo estimado em mais de R$ 11,5 milhões, o golpe vinha sendo executado há quase duas décadas, e os fraudadores conseguiram manter o esquema operando sem levantar suspeitas até o início das investigações. Segundo a PF, a operação também evitou um prejuízo adicional de R$ 5,2 milhões, que seria causado se os pagamentos fraudulentos continuassem ocorrendo.


👥 Como funcionava o esquema: dez idosos, 40 identidades falsas

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Foto: Polícia Federal Minas Gerais (@pfminasgerais) via Instagram

A investigação revelou uma estratégia engenhosa e altamente estruturada. Dez pessoas idosas se passaram por 40 indivíduos fictícios, com documentos forjados para obter benefícios sociais do INSS. Esses benefícios são normalmente destinados a idosos com renda familiar baixa que não contribuíram com a Previdência, mas se enquadram nos critérios de assistência social.

A fraude consistia na criação de múltiplas identidades com nomes e registros falsos, muitas vezes com pequenas variações de dados pessoais e até mesmo datas de nascimento modificadas. Os envolvidos usavam documentos como RGs, CPFs, comprovantes de residência e laudos médicos falsificados para dar aparência de legalidade ao processo.


Onde a operação foi realizada?

A Operação Egrégora foi deflagrada em Minas Gerais, com o cumprimento de três mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e Betim, na Região Metropolitana da capital mineira.

A Polícia Federal mobilizou dezenas de agentes e contou com o apoio técnico da equipe da Previdência Social, que forneceu dados estratégicos para a identificação dos fraudadores e rastreamento das movimentações suspeitas.


Prejuízo milionário e impacto nas contas públicas

De acordo com o relatório divulgado pela PF, o golpe representou um prejuízo real de R$ 11,5 milhões aos cofres públicos. Esse valor corresponde aos benefícios já sacados e utilizados pelos criminosos ao longo dos anos.

Além disso, os investigadores identificaram que, caso o esquema continuasse ativo, a quadrilha teria acesso a mais R$ 5,2 milhões nos próximos anos — o que foi evitado graças à ação preventiva da Polícia Federal.

Esse tipo de crime afeta diretamente o equilíbrio das contas da Previdência Social, que já enfrenta desafios estruturais para garantir o pagamento de aposentadorias e benefícios legítimos.


Como a fraude foi descoberta?

A investigação teve início após cruzamento de dados realizados pelos sistemas de inteligência da Previdência Social, que detectaram inconsistências nos cadastros e nos padrões de movimentação financeira de alguns beneficiários.

Dentre os indícios encontrados estavam:

  • Benefícios em nome de pessoas com dados conflitantes;
  • Endereços repetidos para diferentes CPFs;
  • Saques simultâneos de múltiplos benefícios por uma única pessoa;
  • Utilização dos mesmos contatos telefônicos e contas bancárias.

A partir dessas evidências, foi possível traçar o modus operandi da quadrilha e identificar os responsáveis pela elaboração e manutenção do esquema fraudulento.


Os crimes e penas que os envolvidos poderão enfrentar

Os investigados deverão responder por diversos crimes previstos no Código Penal e em legislações específicas, como:

  • Estelionato qualificado (Art. 171, §3º): quando o golpe é aplicado contra entidade pública. Pena: até 6 anos de prisão, podendo ser aumentada.
  • Associação criminosa (Art. 288): formação de grupo com o objetivo de cometer crimes. Pena: 1 a 3 anos de reclusão.
  • Uso de documento falso (Art. 304): pena de até 6 anos.
  • Falsidade ideológica (Art. 299): até 5 anos de prisão, caso comprovada a inserção de dados falsos em documentos públicos.

Caso haja comprovação de que a fraude foi praticada de forma contínua e com abuso de vulnerabilidade social, as penas podem ser aumentadas.


O que é a Operação Egrégora?

O nome da operação, Egrégora, remete a um conceito simbólico que representa a força coletiva gerada pela união de pessoas com o mesmo objetivo — neste caso, o crime. A escolha do nome reforça a ideia de que o golpe só foi possível graças à atuação organizada e colaborativa de diversos envolvidos.

A PF destacou que a operação serve de exemplo de atuação interinstitucional, reunindo esforços da Polícia Federal e dos órgãos de controle da Previdência Social em prol da proteção do erário.


Repercussão e próximos passos

A operação teve ampla repercussão em Minas Gerais e no cenário nacional. O Ministério da Previdência Social, por meio de nota oficial, reforçou que continuará investindo em tecnologia e inteligência artificial para cruzamento de dados, com o objetivo de detectar fraudes em tempo real e impedir prejuízos futuros.

Já a Polícia Federal informou que as investigações continuam para identificar outros possíveis beneficiários irregulares, bem como eventuais servidores públicos que possam ter colaborado com o esquema.


A importância do combate à fraude previdenciária

A atuação da PF em casos como esse é fundamental para garantir a sustentabilidade da Previdência Social no Brasil. Fraudes contra o INSS representam não apenas um desvio de recursos públicos, mas também uma forma de injustiça contra milhões de brasileiros que dependem de seus benefícios de maneira legítima.

Estudos apontam que a cada R$ 1 investido em auditoria e combate à fraude, o Estado brasileiro economiza até R$ 25 em pagamentos indevidos. Portanto, operações como a Egrégora não apenas recuperam recursos, mas fortalecem a confiança nas instituições públicas.


Conclusão

A Operação Egrégora expôs as falhas exploradas por criminosos e mostrou o quanto a atuação preventiva e integrada pode evitar prejuízos expressivos aos cofres públicos. Criar identidades falsas, falsificar documentos e enganar o sistema para obter dinheiro indevido é um crime grave — e o combate a esse tipo de ação precisa ser permanente.

O sucesso da operação reforça a importância da fiscalização ativa e da tecnologia no setor público. Além disso, destaca que a sociedade também tem papel essencial, ao denunciar irregularidades e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos.


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Foto de capa: Polícia Federal (via Gov.br) – uso editorial autorizado com crédito.

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