Madrugada tensa na AMG‑3205 : Quem costuma passar pela AMG‑3205 sabe que a estrada, apesar de curta, exige atenção redobrada. Na noite de domingo (29), essa velha máxima ficou escancarada quando um acidente na AMG‑3205 tirou a vida de uma mãe de 46 anos e deixou a filha, de 25, ferida. As duas seguiam de Montes Claros rumo a Capitão Enéas para visitar parentes, algo corriqueiro para quem mora no Norte de Minas. Mas bastou um descuido – ainda não se sabe se por buraco na pista, velocidade ou problema mecânico – para a viagem tranquila virar pesadelo.
Madrugada tensa na AMG‑3205 : O que aconteceu, afinal?
De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, o carro trafegava no quilômetro 3, bem próximo ao acesso principal de Capitão Enéas. A motorista perdeu o controle, saiu da pista, bateu numa cerca de arame farpado e capotou várias vezes. Quem chegou primeiro ao local conta que o veículo ficou de pneus para cima, retorcido, e com as ferragens “abraçando” as ocupantes.
Você já imaginou a angústia de ver alguém querido preso num carro assim? Pois foi essa a cena enfrentada pelos bombeiros de Montes Claros, que se deslocaram cerca de 50 km até a ocorrência. Eles precisaram usar ferramentas hidráulicas para cortar a lataria e retirar o corpo da passageira, que não resistiu aos ferimentos.
Resgate rápido, mas nem sempre suficiente
Enquanto os militares faziam o desencarceramento, uma equipe do Samu prestava os primeiros socorros à jovem condutora. Ela estava consciente, desorientada e com ferimentos pelo corpo. Depois da imobilização, seguiu para o Hospital Municipal de Capitão Enéas, onde permanece em observação.
Nesse ponto, muita gente se pergunta: “E se o socorro demorasse mais?” Felizmente, na AMG‑3205 as bases do Corpo de Bombeiros e do Samu ficam em cidades relativamente próximas – um privilégio que nem todas as rodovias do interior têm. Mesmo assim, cada minuto é precioso em acidentes com capotamento, já que as vítimas podem sofrer hemorragia interna sem apresentar sinais externos evidentes.
Estrada curta, risco alto
A AMG‑3205 tem pouco mais de 16 km de extensão, ligando Capitão Enéas à BR‑135. Quem mora na região sabe que o movimento aumentou depois que fábricas de confecções e pequenos armazéns se instalaram ao longo do trecho. Caminhões carregados dividem espaço com carros de passeio, motocicletas e até ciclistas que usam o acostamento estreito como via alternativa.
Não por acaso, segundo dados do Batalhão de Polícia Rodoviária, essa estrada registrou cinco acidentes graves só nos primeiros seis meses de 2025. Parece pouco? Para um trajeto tão curto, é muita coisa. Especialistas em trânsito lembram que, quanto menor a rodovia, maior a falsa sensação de segurança. O motorista acredita que “já está chegando” e acaba acelerando, usando o celular ou relaxando demais nos cuidados básicos.
A dor de quem fica
A vítima fatal era comerciante conhecida no bairro Todos os Santos, em Montes Claros. Vizinha boa de papo, segundo relatos, adorava organizar quermesses e festas juninas. A morte repentina abalou a comunidade.
No velório, marcado para esta segunda‑feira (30) na Capela Senhor dos Passos, amigos lembraram que ela sempre viajava com a filha aos fins de semana para visitar o avô, que mora em Capitão Enéas. “Ela dizia que era só um pulinho, coisa de uma hora”, contou uma amiga de infância, com os olhos marejados. Quem vive no interior mineiro reconhece esse cenário: estradas curtas, famílias divididas entre cidades próximas e uma rotina de bate‑e‑volta que parece inofensiva… até que não é.
Investigação aberta
A Polícia Civil iniciou a perícia ainda na noite de domingo. A principal hipótese é perda de controle em curva leve, talvez agravada por velocidade acima do indicado. Mas peritos analisam também possíveis falhas mecânicas, como estouro de pneu, e condições da pista. Moradores já reclamaram, em outras ocasiões, de buracos que aparecem após chuvas fortes.
Se o laudo confirmar má conservação, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER‑MG) pode ser acionado. A depender do resultado, não está descartado pedido de indenização por danos morais à família. Casos assim já ocorreram na BR‑251, perto de Francisco Sá, onde vítimas receberam ressarcimento após comprovar negligência na manutenção da via.
Como dirigir com segurança nessa região?
- Reduza a velocidade antes das curvas: mesmo as suaves podem esconder areia ou irregularidades que fazem o carro “pular”.
- Mantenha distância do veículo à frente: poeira levantada por caminhões pode prejudicar a visibilidade.
- Revise pneus e freios antes de pegar qualquer rodovia do Norte de Minas, especialmente no período seco, quando o asfalto fica mais quente e desgasta a borracha.
- Evite distrações: aquele “rapidinho” no celular pode custar caro.
- Use farol baixo ligado mesmo de dia; ajuda os outros motoristas a enxergarem seu carro em meio ao brilho intenso do sol sertanejo.
Rodovias mineiras: desafios que pedem atenção constante
Minas Gerais tem a maior malha rodoviária do país. São mais de 270 mil km, muitos deles cortando zonas rurais com relevo variado. Para quem dirige por aqui, acostumar-se a estradas cheias de subidas, descidas e curvas é parte do cotidiano. A AMG‑3205 é apenas um retrato de um problema maior: a necessidade de conservar vias secundárias, geralmente as primeiras a sofrer com falta de verbas.
Programas estaduais, como o Provias, tentam tapar esse buraco – literalmente – mas ainda há muito a fazer. E enquanto as melhorias não chegam, sobra para o motorista dobrar a cautela. Afinal, ninguém quer que um trajeto que caberia num “pulo” acabe em manchete triste.
Reflexão final
Histórias como a dessa mãe e filha mexem com a gente porque poderiam acontecer com qualquer família. Se você dirige por estradas como a AMG‑3205, pare um minutinho e pense: vale mesmo a pressa? Uma freada a mais, um olhar atento ao asfalto e o cinto de segurança apertado podem ser a diferença entre chegar e virar estatística.
E não custa lembrar: todo mundo tem alguém esperando em casa. Então, da próxima vez que pegar a estrada, que tal baixar um pouco o rádio, respirar fundo e dirigir como se a vida dependesse disso? Porque, no fim das contas, ela depende mesmo.
Fonte: g1Grande Minas
Carro capotou fora da pista — Fotos: Corpo de Bombeiros/Divulgação
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