Polícia Civil de Minas Gerais Lança Cartilha para Combater a Violência Doméstica
Conheça o Programa Dialogar: Uma Iniciativa Transformadora
Em uma ação marcante do Agosto Lilás, mês dedicado ao enfrentamento das violações contra a mulher, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou na última quarta-feira (13/8) uma nova cartilha informativa do programa Dialogar. Intitulada "Pelo Fim da Violência Doméstica: Reflexão, Responsabilização e Transformação", a cartilha é o resultado de um trabalho voltado para a reeducação e reflexão de homens que cometem violência contra a mulher.
Desde sua implementação em 2010, o programa Dialogar foi reformulado em 2022, incorporando melhores práticas de grupos reflexivos. O material, que detalha objetivos, metodologia e resultados do programa, está acessível para a população e pode ser consultado na íntegra no site oficial da PCMG.
Um Olhar Profundo sobre o Problema
À frente do programa, a delegada Pollyanna Aguiar sublinhou a importância de abordar a raiz do problema. Durante o evento no Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam), Aguiar afirmou: “Nós só conseguiremos combater efetivamente o crime contra a mulher se atingirmos a causa, por meio da educação, reflexão e responsabilização desses homens”.
O programa Dialogar, atualmente, é promovido através de encontros semanais com homens que foram encaminhados judicialmente, seja como parte de medidas protetivas ou no desenrolar de ações penais. O desafio é grande, mas as expectativas são promissoras.
Expansão das Ações no Interior
A PCMG tem planos de expandir o programa para cidades do interior de Minas Gerais, um movimento que pode significar um avanço significativo na luta contra a violência doméstica. O chefe de Gabinete da Polícia Civil, delegado-geral Frederico Abelha, destacou a relevância deste projeto, descrevendo-o como um "eixo básico da instituição, vital no combate à violência doméstica".
De acordo com a delegada Danúbia Quadros, chefe do Defam, o Dialogar se destaca como uma iniciativa pioneira. “A PCMG vem atuando de forma inovadora e, com a recente alteração na Lei Maria da Penha, que permite o encaminhamento para grupos reflexivos, o projeto já está em funcionamento há quase uma década em nosso estado”, ressaltou ela.
A Arte como Forma de Reflexão
Durante o evento de lançamento da cartilha, os participantes também foram brindados com uma apresentação artística da Marilu Dias Escola de Dança. O espetáculo, intitulado Fem., abordou questões profundas do universo feminino, explorando temas como o aprisionamento imposto por expectativas sociais e a busca por liberdade.
Agosto Lilás: Um Mês de Conscientização
Todo mês de agosto, diversas ações são realizadas pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) para promover a educação e a prevenção contra a violência feminina. Programas como visitas preventivas, distribuições de materiais educativos, e reuniões com integrantes da Rede de Enfrentamento são fundamentais para potencializar essas ações. Entre as iniciativas, também estão palestras e operações voltadas ao cumprimento de mandados de prisão.
O intuito é reafirmar o compromisso das instituições com a defesa dos direitos fundamentais e a promoção da segurança da população mineira, especialmente das mulheres. A ideia é transformar a maneira como a sociedade lida com a violência e, acima de tudo, oferecer recursos e suporte para quem precisa.
Como Denunciar?
A conscientização sobre a importância do combate à violência é um passo importante, mas a ação efetiva também conta com a colaboração da população. Para denunciar casos de violência contra a mulher, a PCMG disponibiliza linhas diretas de denúncia: o 190 para emergências policiais e o 180 para a Central de Atendimento à Mulher. Além disso, denúncias anônimas podem ser feitas pelo número 181.
Conclusão
O lançamento da cartilha do programa Dialogar representa mais uma etapa na luta incessante contra a violência doméstica em Minas Gerais. Com iniciativas como essa, a PCMG demonstra um comprometimento em não apenas punir, mas também transformar comportamentos. Ao abordar a problemática sob uma perspectiva de reflexão e responsabilização, o orgulho e a esperança se unem nesta tentativa de mudar realidades que, por muito tempo, foram silenciadas. O trabalho continua e cada passo dado é um avanço rumo a uma sociedade mais justa e segura para todas as mulheres.