Polícia Civil localiza em Montes Claros caminhonete furtada na capital mineira

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Polícia Civil localiza em Montes Claros caminhonete furtada e prende suspeito durante operação no bairro Nossa Senhora das Graças.

Você já imaginou acordar e descobrir que o carro que comprou “com preço de ocasião” era, na verdade, fruto de roubo? Pois foi exatamente esse enrosco que a Polícia Civil de Minas Gerais desfez nesta terça-feira (24), em Montes Claros, no Norte do estado. Uma caminhonete furtada em Belo Horizonte no fim de maio foi recuperada e um homem de 31 anos acabou preso por receptação – crime de “comprar ou usar” algo roubado – e por adulterar os números que identificam o veículo.


Abordagem no bairro Nossa Senhora das Graças

Segundo os investigadores, uma denúncia anônima apontou que o veículo suspeito circulava pelas ruas do bairro Nossa Senhora das Graças, a poucos minutos do Centro de Montes Claros. A equipe da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos de Veículos saiu em diligência, avistou a caminhonete e deu a ordem de parada.

Os agentes notaram, logo de cara, detalhes que não batiam: caracteres do chassi (o “RG” do carro) raspados e uma plaquinha metálica colada por cima da original. É como colocar um adesivo no CPF e fingir que tudo bem! Resultado: o motorista foi algemado ali mesmo e levado para prestar depoimento.


A engenharia da fraude

Para mascarar a origem ilícita, quem adulterou o veículo instalou uma plaqueta com nova numeração sobre a original. Isso engana uma vistoria superficial e pode ludibriar compradores desavisados. Só que, na checagem minuciosa da Polícia Civil – e aqui vale um elogio à equipe de peritos, que usa lâmpadas especiais, reagentes químicos e consulta a base de dados do Detran – a fraude aparece rapidinho.

O esquema costuma funcionar assim: o carro é furtado em uma cidade grande, ganha “papéis novos” e acaba revendido em municípios do interior, onde a fiscalização de rotina é menos intensa. Parece história de filme, mas acontece de verdade e, não raro, acaba em prejuízo para quem compra.


Versão confusa do motorista

Na delegacia, o suspeito contou uma história que deixou os policiais coçando a cabeça. Ele disse que aquele era o mesmo veículo que teria sido incendiado em março e que o deixou numa oficina para reparos. Segundo ele, após o “conserto”, recebeu uma caminhonete idêntica. Só que as datas não batem – o furto em Belo Horizonte ocorreu em 29 de maio – e nenhuma oficina apresentou nota de serviço ou registro de entrada desse carro.

“É comum que receptadores tentem criar um enredo para justificar a posse, mas a cronologia quase sempre entrega a mentira”, explicou um dos investigadores, que preferiu não se identificar.


Receptação: crime que pode dar cadeia pesada

Muita gente subestima, mas receptação é crime previsto no artigo 180 do Código Penal. Quem compra, vende, transporta ou oculta bem que sabe ser roubado pode pegar de 1 a 4 anos de prisão, além de multa. Se houver finalidade de revenda – caso típico de “desmanches” – a pena sobe para até 8 anos.

E mais: adulterar sinal identificador de veículo (artigo 311) é crime autônomo, com pena de 3 a 6 anos. Ou seja, a conta chega. O suspeito, agora, aguarda audiência de custódia e, se condenado, pode cumprir pena em regime fechado.


Dicas para não cair em furada

  • Desconfie de preços muito abaixo da tabela. Sabe aquele ditado “barato sai caro”? Aqui vale em dobro.
  • Conferência completa: leve o carro a um despachante ou vistoriador credenciado. Eles examinam chassi, motor e etiquetas de fábrica.
  • Histórico no Detran: em Minas, a consulta custa barato e mostra se há registro de furto, leilão ou gravame financeiro.
  • Nota fiscal ou recibo autenticado: peça sempre. Sem documento, você fica na mão se der problema.

Essas medidas são simples, mas salvam seu dinheiro – e evitam dor de cabeça com a Justiça.


Próximos passos da investigação

A Polícia Civil quer saber quem adulterou os sinais e quem revendeu a caminhonete. Existe a suspeita de um esquema maior, ligando oficinas clandestinas na capital e no interior. Imagens de câmeras de segurança, notas de peças automotivas e depoimentos de possíveis compradores estão sendo analisados.

Se você, leitor, perceber algo estranho – oficina de fundo de quintal recebendo carro sinistrado sem documentação ou anúncios on-line com valores suspeitos – denuncie. O Disque-Denúncia (181) funciona 24 horas e não exige identificação.


Segurança pública e economia local

Recuperar veículos roubados vai além de devolver um bem ao dono. Reduz o custo dos seguros, desarticula quadrilhas e traz sensação de segurança para a comunidade. Em Montes Claros, um polo comercial que atende toda a região Norte de Minas, crimes desse tipo afetam transportadores, agricultores que dependem de caminhonetes e até lojistas, que pagam fretes mais caros quando o risco aumenta.

De acordo com dados do Detran-MG, a cada veículo roubado recuperado, estima-se uma economia de até R$ 60 mil em indenizações de seguradoras e perdas indiretas. É grana que pode voltar em forma de investimento na própria cidade.


No fim das contas, vale o bom senso

E aí, já pensou em como pequenas atitudes – como checar a procedência de um carro antes da compra – podem evitar um problemão? Às vezes a empolgação de fechar negócio rápido fala mais alto, mas um olhar atento no chassi e a consulta ao Detran fazem toda a diferença.

A história desta terça-feira termina com a caminhonete devolvida e um suspeito atrás das grades. Mas, infelizmente, há outros veículos rodando por aí com identidade trocada. Fique ligado, compartilhe a informação com amigos e, sobretudo, faça sua parte: veículo “com documento duvidoso” não é oportunidade, é cilada!


Fonte: G1 Grande Minas

Foto de Capa: Caminhonete foi apreendida pela Polícia Civil — Foto: Divulgação

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