Quem é Miguel Uribe: A política colombiana voltou a ser marcada por um episódio de violência que chamou atenção do mundo neste final de semana. Miguel Uribe, senador e pré-candidato à presidência da Colômbia, foi baleado durante um evento de campanha em Bogotá no sábado (7). O caso reacendeu velhas feridas no país, lembrando tempos difíceis em que a violência política fazia parte do cotidiano colombiano.
Quem é Miguel Uribe: O atentado que parou a Colômbia
O ataque aconteceu em plena luz do dia, enquanto Miguel Uribe participava de um evento público. Ele foi atingido por disparos e levado às pressas para o hospital. Apesar da gravidade da situação, felizmente ele sobreviveu e segue em recuperação. A polícia já identificou o autor dos disparos, um adolescente de apenas 15 anos, o que causou ainda mais comoção no país.
Para quem acompanha a história recente da Colômbia, esse tipo de episódio traz à tona lembranças de uma época em que atentados contra políticos eram frequentes. Foi nos anos 80 e 90, por exemplo, que figuras importantes como Luis Carlos Galán e Carlos Pizarro Leongómez foram assassinadas durante campanhas presidenciais. E agora, mais de 30 anos depois, parece que o país ainda lida com fantasmas desse passado.
A história de Miguel Uribe
Miguel Uribe tem 39 anos e carrega um sobrenome de peso na política colombiana. Ele é neto de Julio César Turbay Ayala, que foi presidente da Colômbia entre 1978 e 1982. Mas não é só por isso que o nome dele ficou conhecido. Sua mãe, Diana Turbay, era uma jornalista muito respeitada no país. Ela foi sequestrada e acabou morrendo em 1991, durante uma operação de resgate feita por autoridades para libertá-la das mãos do Cartel de Medellín, chefiado por ninguém menos que Pablo Escobar.
Essa tragédia marcou a vida de Miguel. Ele mesmo já disse que a perda da mãe foi um divisor de águas. “Eu poderia ter crescido buscando vingança, mas decidi fazer a coisa certa: perdoar, mas nunca esquecer”, disse ele em um discurso recente. E foi justamente no local onde a mãe morreu que, em 2024, ele anunciou sua pré-candidatura à presidência, em um gesto simbólico e cheio de emoção.
De vereador a pré-candidato à presidência
Apesar de ser jovem, Miguel Uribe tem um currículo político extenso. Começou como vereador de Bogotá, de 2012 a 2015. Depois, foi secretário de governo da cidade na gestão de Enrique Peñalosa, entre 2016 e 2019. Em 2019, se lançou como candidato à prefeitura de Bogotá, mas acabou ficando em quarto lugar.
Mesmo assim, não desistiu. Em 2022, foi eleito senador pelo partido Centro Democrático, que é ligado ao ex-presidente Álvaro Uribe Vélez — outro nome de peso na política colombiana e uma referência para Miguel. Inclusive, muita gente acredita que o jovem político pode ser o herdeiro político do ex-presidente.
Além disso, Miguel também tem formação de alto nível. Ele é mestre em Administração Pública pela prestigiada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Seu perfil é considerado de direita, com forte foco em segurança pública e atração de investimentos para o país.
Segurança como bandeira de campanha
Um dos pontos centrais do discurso de Miguel Uribe é a segurança. Ele acredita que sem segurança não há desenvolvimento, nem investimento. Esse posicionamento dialoga com boa parte da população colombiana, que ainda convive com o medo da violência em várias regiões do país.
Essa postura também o coloca em oposição ao atual presidente, Gustavo Petro, que tem uma linha mais à esquerda. Uribe, aliás, tem sido um dos principais críticos do governo atual e vem ganhando apoio de setores conservadores e empresariais que querem mudanças em 2026.
Um cenário político que mistura passado e presente
A Colômbia vive um momento político delicado, em que o passado e o presente parecem caminhar lado a lado. Além de Miguel Uribe, outros nomes conhecidos também trazem consigo heranças de famílias políticas importantes. Carlos Fernando Galán, prefeito de Bogotá, é filho de Luis Carlos Galán, morto em 1989. Já María José Pizarro, senadora e rival política de Uribe, é filha de Carlos Pizarro, assassinado em 1990.
É como se essa nova geração de políticos estivesse tentando reescrever a história, honrando as memórias de seus pais e buscando uma Colômbia mais segura e democrática. Só que, infelizmente, episódios como o atentado deste sábado mostram que o caminho ainda está longe de ser tranquilo.
E agora, o que esperar?
Por enquanto, o partido de Miguel Uribe, o Centro Democrático, ainda não confirmou oficialmente quem será o candidato à presidência em 2026. Mas o nome dele está entre os mais cotados, principalmente depois do atentado, que acabou fortalecendo sua imagem pública.
Para os colombianos — e também para nós, brasileiros que acompanhamos de perto a política da América Latina —, a situação serve como um alerta. A democracia ainda precisa ser protegida, e episódios de violência como esse não podem ser tratados com normalidade.
Afinal, ninguém quer voltar ao tempo em que políticos eram silenciados a bala.
Fonte: cnnbrasil
Miguel Uribe é senador e pré-candidato à presidência da Colômbia. • Reprodução
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