Comissão de Direitos da Mulher Investiga Saneamento em Assentamento de BH
Visita ao Jardim Liberdade: Uma Análise das Condições das Mulheres na Comunidade
Nesta segunda-feira, 11 de agosto de 2025, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) irá realizar uma visita ao assentamento Jardim Liberdade, situado no Bairro Bonsucesso, região do Barreiro, em Belo Horizonte. O objetivo da ação é investigar as condições de vida das mulheres que residem em áreas afetadas pela falta de infraestrutura, principalmente no que diz respeito ao saneamento básico.
O Percurso e o Encontro
A visita está marcada para começar às 14 horas, com o ponto de encontro na praça do Jardim Liberdade, próximo ao Depósito Casa do Baiano, na Rua Liberdade, 111. O itinerário incluirá as ruas do Canal, Cristiano de Almeida e Dona Marieta, locais que, segundo a deputada Ana Paula Siqueira (Rede), presidente da comissão, são indicativos dos desafios enfrentados na região.
Durante a visita, a equipe da comissão busca entender de forma aprofundada a realidade dessas mulheres. “A ideia é trazer à luz as questões de violação de direitos e as condições de saúde que afetam as moradoras. Não podemos ignorar a situação crítica em que vivem, especialmente com a ausência de saneamento básico”, afirma a deputada.
Impactos da Falta de Infraestrutura
A falta de serviços básicos como água potável e esgoto sanitário impacta significativamente a saúde e a qualidade de vida das mulheres no Jardim Liberdade. Segundo estudos, a precariedade da infraestrutura contribui para o aumento de doenças, incluindo infecções e problemas respiratórios, que são mais prevalentes entre as moradoras.
A deputada ressalta a necessidade de dar visibilidade a esses problemas, enfatizando que eles afetam de maneira desproporcional as mulheres. “Precisamos que as políticas públicas alcancem quem mais precisa. As mulheres são as mais vulneráveis a essa situação, e é seu bem-estar que está em risco”, enfatiza Ana Paula.
Dados Alarmantes Sobre Saneamento em Minas
Um estudo recente intitulado “Saneamento é Saúde”, realizado pelo Instituto Trata Brasil, destaca a gravidade da situação no estado de Minas Gerais. Em 2024, Minas foi identificado como o estado com o maior número de internações hospitalares relacionados à falta de saneamento básico, com um total de 47.612 casos. No cenário nacional, mais de 344 mil internações por doenças associadas a essa carência foram registradas, evidenciando a necessidade urgente de intervenções efetivas.
Esses dados reforçam a urgência de ações governamentais que garantam não apenas o acesso ao saneamento, mas também a saúde das mulheres, que desempenham um papel central nas comunidades.
O Compromisso das Autoridades
Para garantir que a visita tenha um impacto significativo, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher convidou representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Prefeitura de Belo Horizonte, além de representantes da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte e da Administração Regional do Barreiro. A presença dessas autoridades é fundamental para que soluções e políticas públicas sejam discutidas e, mais importante, implementadas a curto prazo.
A reunião permitirá que diferentes esferas do governo entendam diretamente as necessidades das mulheres e a importância de um trabalho conjunto para solucionar as questões urgentes da comunidade.
O Papel das Mulheres em Tempos de Crise
Essas problemáticas ganharam destaque especialmente durante o evento "Sempre Vivas 2025", realizado em março pela ALMG, que abordou a vulnerabilidade das mulheres frente às emergências climáticas. O evento sublinhou como a precariedade da infraestrutura urbana agrava a situação das mulheres, que muitas vezes são as mais afetadas por desastres e crises ambientais.
Dessa forma, o trabalho da comissão não se limita a identificar problemas, mas propõe soluções que visam transformar a realidade de vida das mulheres nas comunidades mineiras. A luta por igualdade e direitos não pode ser adiada.
Consequências Sociais e Econômicas
A ausência de saneamento básico e a precariedade das condições de vida impactam não apenas a saúde das mulheres, mas também suas perspectivas econômicas e sociais. Quando essas condições de vida são insatisfatórias, torna-se mais difícil para elas participarem do mercado de trabalho, gerarem renda e contribuírem ativamente para a sociedade. Isso cria um ciclo vicioso, onde a falta de serviços sociais básicos perpetua a desigualdade.
É vital que a sociedade, em seus diversos segmentos, se una para exigir ações concretas do governo e buscar soluções duradouras para as questões que afetam as comunidades vulneráveis.
Conclusão
A visita programada para hoje no Jardim Liberdade é mais do que uma simples inspeção; é um passo significativo em direção à transformação da vida das mulheres em situações de vulnerabilidade. Ao levantar questões sobre a falta de serviços essenciais, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher busca garantir que as necessidades das moradoras sejam ouvidas e atendidas.
Com um olhar atento às desigualdades existentes e um compromisso firme pela mudança, esta iniciativa pode representar um ponto de virada na luta pela dignidade, saúde e direitos das mulheres no estado de Minas Gerais. A transformação social começa quando damos voz aos que mais precisam.